quinta-feira, 25 de julho de 2013

O Idoso na cultura indígena

No Brasil, existem cerca de 220 etnias indígenas e, em grande parte delas, a figura do idoso é valorizada como um arquivo vivo. Os saberes tradicionais englobam vários aspectos da vida nas aldeias, desde a medicina, com as curas através dos conhecimentos dos remédios feitos de ervas e dos rituais xamânicos, até os cantos e as danças para os dias de festas. 

Na cultura Baniwa os idosos são extremamente importantes, principalmente pelos conhecimentos espirituais desenvolvidos durante toda a vida. Os xamãs mais poderosos só atingem os altos níveis de poderes sobrenaturais, como o dom da cura, da clarividência e das profecias, depois de uma longa vida de experiências.  

Um exemplo vivo dessa função de guardião das tradições é o cacique Paulito de Aquino, da etnia Kaiová, que habita no Mato Grosso do Sul. O cacique é a única pessoa entre a população das etnias Guarani e Kaiová, com cerca de 25 mil pessoas, a fazer os rituais de perfuração dos lábios dos meninos, quando atingem os 8 anos de idade.  

O cacique é também um dos últimos representantes dos antigos rezadores, que conhecem os segredos das ervas medicinais e fazem a comunicação com Deus através da cruz e das maracas, para a cura de pessoas e para pedir chuva durante a estiagem. "O Mato Grosso é abençoado porque tem muito índio que sabe rezar pedindo calma para as tempestades", diz o cacique.  

Outro exemplo da resistência a cultura, respeito às tradições e aos ensinamentos dos mais velhos acontece entre os Xavantes, que vivem no estado do Mato Grosso. A cultura desse povo é marcada pela coletividade e a falta de individualismo. O cacique Tseretsu, com 62 anos, é o líder da aldeia. Segundo o costume, como homem mais velho ele é o responsável por ensinar os cantos, as danças, o artesanato e as técnicas da construção das casas para os mais jovens, além de contar a mitologia do povo. 

Extraído do site www.comciencia.br

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