Na cultura Baniwa os idosos são extremamente importantes,
principalmente pelos conhecimentos espirituais desenvolvidos durante toda a
vida. Os xamãs mais poderosos só atingem os altos níveis de poderes
sobrenaturais, como o dom da cura, da clarividência e das profecias, depois de
uma longa vida de experiências.
Um exemplo vivo dessa função de guardião das tradições é o
cacique Paulito de Aquino, da etnia Kaiová, que habita no Mato Grosso do Sul. O
cacique é a única pessoa entre a população das etnias Guarani e Kaiová, com
cerca de 25 mil pessoas, a fazer os rituais de perfuração dos lábios dos
meninos, quando atingem os 8 anos de idade.
O cacique é também um dos últimos representantes dos antigos
rezadores, que conhecem os segredos das ervas medicinais e fazem a comunicação
com Deus através da cruz e das maracas, para a cura de pessoas e para pedir
chuva durante a estiagem. "O Mato Grosso é abençoado porque tem muito
índio que sabe rezar pedindo calma para as tempestades", diz o cacique.
Outro exemplo da resistência a cultura, respeito às
tradições e aos ensinamentos dos mais velhos acontece entre os Xavantes, que
vivem no estado do Mato Grosso. A cultura desse povo é marcada pela
coletividade e a falta de individualismo. O cacique Tseretsu, com 62 anos, é o
líder da aldeia. Segundo o costume, como homem mais velho ele é o responsável
por ensinar os cantos, as danças, o artesanato e as técnicas da construção das
casas para os mais jovens, além de contar a mitologia do povo.
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