segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O Povo da Rua e o Carnaval: até que ponto cultuamos e nos orgulhamos do real trabalho dos trabalhadores de esquerda?


Temos observado nas mídias sociais a enorme explosão, orgulhosa, dos temas escolhidos por algumas escolas de samba, brasileiras. Uma escolheu o "Povo da Rua" e a outra, demonstrar a história de Alabê de Jerusalém.
Apesar de achar lindo o movimento que se forma em torno disto, e de acreditar que há de ser falado e quebrados alguns tabus em torno da religião de Umbanda, me questiono se os envolvidos em tais temáticas, de fato sabem o que "esse pessoal espiritual" faz.


Mulheres nuas, malandragem, beberagens... orgulho da proteção que se tem, que afasta olho gordo, mandinga, trabalhos feitos, inveja... Será mesmo só isso?
Analisemos alguns pontos: o dito povo da rua, num âmbito geral, são os trabalhadores da esquerda, que possuem esse nome não pela boemia, pelo número de mulheres cultivadas ao longo da vida ou coisas do gênero, mas possuem esta nomenclatura pois, em muitas vezes, cuidam daqueles que não têm oportunidade, mexem com o emocional dos seus tutelados, ensinam que a dor é a grande escola da vida e auxiliam o seu próximo a tirar a roupa de vítimas, para vestirem a roupa de corajosos. Atuam na verdade lamaçenta e podre da humanidade, vão direto na ferida, com direito a balançar de egos e limpeza da alma, impulsionam seus filhos a seguirem adiante no caminho que têm pela frente, auxiliando sem interferir e aconselhando apenas quando necessário. Isto é ser sábio!
Sendo assim, apesar de considerar uma bonita homenagem, questiono se as pessoas de fato sabem de quem estão falando... será que bonbojiras são mesmo mulheres prostitutas e que gostariam de se ver representadas em roupas curtas? Será que ela só gargalha e gira, deixando os homens estonteados com o seu balançar? Será mesmo que esta é a representatividade que gostaríamos que a nossa crença tomasse?
Não somos contra o carnaval e tampouco àqueles que tiveram a ideia de ambos os temas, apenas reflitimos se isto não traria uma má interpretação aos nossos cultos, visto a já existente distorção que há no meio. No entanto, considero que em pleno século vinte e um é hora, sim, de trazermos a tona toda a nossa cultura e ensinamentos recebidos, é hora de questionar e quebrar os preconceitos arraigados de um passado de culpas pré estabelecidas por costumes judaico cristãos, mas creio que com prudência e responsabilidade!
É hora de enxergarmos o nosso próprio umbigo e racionalizarmos se, de fato, somos tão vítimas de demandas e inveja, quando na verdade não sabemos tomar conta dos nossos próprios afazeres... Saudar Exu é fácil, mas homenageá-los todos os dias no cotidiano, não é para qualquer um!

Laroyê Exu, Exu Omojubá!
Respeito; Atitude e Coragem!


Texto de Stéphanie Balreira - Extraído do site http://sbalreira.blogspot.com.br/

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