Compreender os elementos formadores da cultura de um povo é fundamental para que nos reconheçamos enquanto história.
A Umbanda traz consigo, dentre as diversas vertentes que a constituem, a etnia negra como importante consolidadora de seus preceitos de caridade e fraternidade.
Em um mundo onde os preconceitos a cada dia mais nos assombram, partindo inclusive de
instituições – religiosas – que deveriam pregar a paz e igualdade a todos, cabe aos umbandistas e
comunidade em geral agregar os negros cada vez mais em seus discursos, não só como uma
maneira de reparação de um passado de injustiças e sofrimento, mas também como elemento
formador da nação brasileira.
Na Umbanda, as entidades dos Pretos-Velhos desenvolvem esse papel,
lembrando a cada dia de trabalho que muita história há por trás da sociedade que vivemos hoje. Um
a história de trabalho braçal, onde as mãos dos negros foram, de maneira muito cruel, usadas para
construir tudo que vemos nas ruas, estradas e praças de nossas cidades.
A influência que trazemos dos nossos ancestrais, que, de certa forma, fortalecem a cultura
local advinda da África, e ao mesmo tempo nos fornece elementos para a constituição de uma nova
maneira, uma nova forma de culto, mais próxima à nossa realidade, a Umbanda.
Articular a
doutrina religiosa da Umbanda com uma nova forma de enxergar o mundo, através da sua
diversidade, é uma proposta que se torna atual, e que necessita de força, antes que nossa cultura
primária caia nos esquecimento, e que essas pessoas que transmitem essa tradição sejam também esquecidas.
(Hélcio Fernandes Barbosa Júnior)
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