sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Animismo dentro do ritual de Umbanda

Segundo o dicionário Animismo é uma religião primitiva que atribui uma alma a todos os fenômenos naturais, e que procura torná-los propícios através de práticas mágicas.

Ou seja, aquilo que dá vida aos fenômenos naturais e os torna visíveis nos rituais espíritas.

O Animismo está presente em todos os rituais de Umbanda, ele se manifesta nas incorporações em todas as linhas. É a forma como reagimos ao impulso vibratório causado pela aproximação de uma entidade . É o que faz o médium  se arcar com um preto velho ou bater no peito com um caboclo, ou crispar as mãos com um Exu, ou gargalhar com uma pomba gira.

Sem ele seria impossível a incorporação, pois não haveria “alma” ao fenômeno natural incorporação mediúnica.

Há dois tipos de animismo: o físico (mais perceptível) e o psíquico (de maior complexidade e dificuldade de detecção).

O animismo físico compreende todos os aspectos físicos incluindo-se aí risadas, gestos com as mãos, pés ou qualquer parte do corpo, trejeitos e expressões faciais .

O animismo psíquico compreende aspectos de personalidade e humor e ajudam a formar o arquétipo daquela entidade aproximando-se o mais possível da personalidade desta mesma entidade na encarnação vivida por ela representada neste ou naquele cascão(roupagem fluídica) .

Todo médium , e em especial os médiuns de Umbanda, precisam aprender a conviver com o animismo desde o inicio de seu aprendizado, no inicio o médium em desenvolvimento começa seu contato com o animismo imitando gestos gravados em sua memória, ou quando isto  não acontece  suas reações ou gestos são descoordenados e sem equilíbrio,mas com o passar do tempo ele vai adquirindo personalidade anímica e seus gestos se equilibram e são coordenados. É nesta fase que a entidade “firma” com o médium, ou seja  assume seu mental e se dá a incorporação.

É também nesta fase que o dirigente da gira deve ficar atento para coibir os excessos .
Sim alguns médiuns se excedem em seu animismo físico e isto acaba pondo por terra todo o trabalho de desenvolvimento realizado ate ali, pois o médium se acostuma com isto e o animismo físico se torna psíquico e a entidade então se afasta, o médium se vicia daquela forma e passa a trabalhar sem assistência do guia o que é um perigo.

Da mesma forma também a falta de animismo é prejudicial, pois não dá condições a entidade espiritual de incorporar porque aquela “alma” compatível com sua encarnação não foi criada pelo médium.

Por isso os dirigentes devem incentivar o animismo quando notarem a ausência ou pouca presença dele e reprimirem os excessos (gritos de forma extravagante, gestos exagerados e atitudes corporais intensas em demasia).

O médium deve entender que isto é para seu benefício, é para aumentar a potencia de sua atuação quando incorporado com seu guia. Pois esta é a finalidade do trabalho de desenvolvimento mediúnico .
Cuidado com o excesso pois sempre será visível aos olhos dos mais experientes a falta de doutrina e ensinamento que estes médiuns estarão expostos, e isto denegrirá a imagem a e confiança do público presente no trabalho espiritual que estiver sendo realizado. Você que é médium do terreiro deve entender que o animismo é como estar dirigindo um carro numa estrada sem acostamento, onde existe um limite a direita e a esquerda e ultrapassá-lo significa perder o controle e sair da pista fatalmente danificando o carro.


Pai André de Xangô

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