domingo, 9 de agosto de 2009

Apresentação

por

Mãe Marcia Pinho de Yemanjá
Presidente do CONSUB/YCARAI/YONUARUÊ


A mediunidade é um caminho de transformação?



"Aquele que obtém uma vitória sobre outros homens é forte, mas aquele que obtém uma vitória sobre si próprio é todo-poderoso".
( Lao-tzé )

A mediunidade é a capacidade psíquica inerente a todos nós, em maior ou menor grau e tipos diferentes, que permite a comunicação com outros planos espirituais, outras dimensões, por meio dos cinco sentidos que conhecemos e outros sentidos que ainda não conhecemos mas que aflora a partir da comunicação com outros planos. É a sensibilidade aflorada, a capacidade de percebermos as energias, as vibrações, os pensamentos, os espíritos que se encontram ao nosso redor, no tempo e no espaço.
A mediunidade pode manifestar-se ou não durante toda a vida, e pode manifestar-se de maneira natural em função da evolução moral de cada um, ou pode manifestar-se mediante provas, que é a mais comum, ou seja, por meio de tormentos, rejeições, problemas de toda ordem, dores morais, doenças emocionais, psiquicas como a loucura, doenças física, perdas de entes queridos, perdas materiais. "As contrariedades da vida têm, pois, uma causa e, uma vez que Deus é justo, essa causa deve ser justa"."Ao buscar as origens dos males terrenos, percebe-se que muitos são a natural conseqüência do caráter e da conduta dos que os sofrem.
Quantos homens caem por causa de sua própria culpa! Quantos são vítimas do seu desleixo, imprevidência, orgulho e ambição! Quantas pessoas arruinadas pela desordem, desânimo, má
conduta ou por não limitarem seus desejos! Quantas uniões infelizes, fruto do interesse e da vaidade e nas quais o coração não serviu para nada! Quantos desentendimentos e desastrosas disputas se evitariam com um pouco mais de calma e com menos melindres! Quantas doenças e enfermidades resultam da imprudência e excessos de toda ordem!"
Nesse contexto de provas, querendo ou não, acabamos ampliando nossas faculdades psíquicas e a nossa sensibilidade de uma hora para outra. O emergir das faculdades psíquicas, até então ocultas, aparecem em nossa vida como um auxílio extra, como um bote salva vidas, para livrar-nos do perigo eminente de sucumbir frente aos desafios e problemas que acreditamos não suportar.
Nesses momentos de desespero, momentos em que carregamos mais dor do que acreditamos poder suportar, é que emergem do fundo da nossa psique inúmeras capacidades psíquicas para auxiliar-nos a superar a nossa trágica, triste e dura realidade de total desequilíbrio. Esses tristes momentos no fazem lembrar de que "muitos foram os chamados e poucos os escolhidos". (Mateus, 22:1 a 14)Nos fazem refletir sobre a máxima:fora da caridade não há salvação.
É nesse contexto, no de sermos chamados pela dor e não pelo amor, que nos rendemos ao mundo espiritual e nos vemos obrigados a buscar nossa evolução espiritual, para compreender os fenômenos psíquicos que passamos de uma hora para outra a vivenciar, como a vidência, a audição, a intuição, a premonição, a telepatia, a psicometria, as manifestações do olfato, orais e escritas, o sonambulismo, os pesadelos, enfim, as alucinações (para os leigos) os fenômenos físicos e até poltergeister.
Apesar de alucinantes, esses fenômenos são apenas um convite, para que nossa alma exerça seu mandato espiritual, kármico ou não, para cumprir com o acordo que fizemos com os Senhores do Carma, como meio de ressarcir nossos débitos do passado.
Assim, a mediunidade desperta para cada um de nós de acordo com nossas necessidades evolutivas, de maneira natural ou forçada, dependendo de como cada um de nós se relaciona com os fenômenos, com a própria vida, com Deus, com a espiritualidade, com o mundo, com nossos semelhantes, com a nossa vida sentimental, profissional, com as mudanças, com as culpas, com as perdas e com as frustrações.
A mediunidade não é exclusividade de nenhuma religião ou segmento filosófico, é exclusividade do ser humano, como um conjunto de faculdades psíquicas a serem reveladas de acordo com as necessidades individuais de socorro e evolução.
Ela não escraviza o médium, apenas exige dele a busca da sua espiritualidade, da sua força interna, da sua divindade, do seu auto-amor, exige dele a percepção de que é mais do que um corpo físico, que tem seu espírito eterno, que existem leis divinas que se violadas exigem reparação, como por exemplo, a lei de causa e efeito, a lei do crescimento ou a lei de atração.
No desenvolvimento espiritual e mediúnico, espera-se que os médiuns adotem uma conduta de acordo com o que esperam os espíritos que através deles passam a atuar no plano material em benefício do seu reajuste interno e da humanidade, em socorro aos encarnados e desencarnados, necessitados tanto de auxílio espiritual e material, quanto de uma palavra de conforto ou esclarecimento.
Devemos deixar claro, que a mediunidade não causa problemas, transtornos em nossa vida, muito menos os espíritos, mas sim a nossa própria personalidade e caráter que quando desajustados, atraem vibrações negativas e nos remetem nas mais terríveis experiências e armadilhas.
A mediunidade é apenas a manifestação do conjunto de faculdades psíquicas, um meio pelo qual a nossa mente entra em contato com o mundo espiritual dessa e de outras dimensões.
Como "O Livro dos Médiuns" nos esclarece, todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos espíritos, é, por esse fato, médium.

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